terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Cem jornais italianos podem fechar

Redução de subsídios à indústria jornalística põe em risco títulos tradicionais



Corte nos subsídios do governo italiano ao mercado de jornais pode por fim a cerca de 100 publicações no país, incluindo títulos tradicionais, como o diário comunista Liberazione; o L'Unita, fundado por Antonio Gramsci em 1924; o Il Manifesto, um jornal independente de esquerda e o católico Avvenire.

O corte – anunciado pelo ex-primeiro ministro Silvio Berlusconi e confirmado pelo novo governo de Mario Monti – reduz de € 170 milhões para € 53 milhões os subsídios antes recebidos pelos jornais. Estima-se que pequenos jornais regionais em todo o país sejam afetados pelo novo orçamento.

Os maiores jornais, como o Corriere della Sera e o La Repubblica, por exemplo, continuarão usufruindo de benefícios como a isenção de IVA (Imposto sobre Valor Acrescentado) na circulação por assinatura e descontos nas remessas postais. O argumento para os cortes, segundo reportagem do Financial Times, é que muitos desses jornais são inexpressivos e que o subsídio é um desperdício de dinheiro público. Por outro lado, críticos da medida alegam que os títulos têm tradição histórica e representam pontos de vista diferentes dos da grande mídia, dominada por Berlusconi.

Movimento

Leitores, militantes e jornalistas estão engajados, desde o começo desta semana, na campanha #OccupyLiberazione, o que inclui a abertura de uma conta corrente para doações, um acampamento na sede do jornal e ações de mobilização digital. Editorial publicado no dia 1º anuncia que as edições não serão mais impressas e estarão disponíveis apenas em versão digital, por enquanto acessíveis por qualquer usuário na internet. O diretor Dino Greco afirmou que essa decisão tem como objetivo continuar a produção de conteúdo e pressionar o governo “para finalmente deixar claro se de fato existe intenção de restaurar o fundo”.




Fonte:meioemensagem.com.br

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