quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Brasileiro prioriza entretenimento

Estudo Nielsen aponta diversão como intenção número um de gasto, seguida do pagamento de dívidas




A mais recente Pesquisa Global sobre a Confiança e Intenções de Gasto do Consumidor, do Instituto Nielsen, divulgada nesta terça-feira, 07, mostra que para o brasileiro o verso “a gente quer comida, diversão e arte” da música dos Titãs vale mais do que para qualquer outro país da América Latina.

Isso porque o estudo, relativo ao quatro trimestre de 2011, mostra que o entretenimento fora do lar é a primeira opção de gasto para 39% dos brasileiros quando eles têm dinheiro sobrando. Em segundo lugar, aparece o pagamento de dívidas, que atingiu 35% das respostas, sendo o maior índice de 2011 (no primeiro trimestre, o índice foi de 29%).

Para Claudio Czarnobai, analista de mercado do instituto, a maior preocupação com o pagamento de dívidas é consequência de um sentimento preventivo em relação ao cenário de crise financeira internacional. “Há certo medo de que a crise se aproxime mais, esse comportamento é de prevenção contra uma piora da situação econômica e possíveis reflexos no mercado, como aumento da taxa juros”, avalia o analista.


Já em relação ao fato de o primeiro item de consumo, com dinheiro excedente, no Brasil ser o entretenimento fora de casa, Czarnobai interpreta o fato como resultado da melhora das condições de vida das populações de níveis econômicos intermediários e baixos. “A possibilidade de ascender economicamente e consumir novas categorias de produtos e serviços se reflete nesse ponto. Havia uma demanda reprimida por produtos e serviços com maior valor agregado, inclusive, entretenimento e lazer fora do domicílio”, complementou.


De forma geral, o estudo também demonstrou que o Brasil, com índice de 112 pontos, é o quinto país mais confiante do mundo, à frente de países como China (108) e Estados Unidos (105) e acima de todos os demais países da América Latina, região que teve média de 98 pontos. Os mais otimistas são Índia (122), Filipinas (117), Indonésia (117) e Arábia Saudita (113). Por outro lado, Argentina (87), México (81) e Venezuela (80) registraram queda na confiança de seus consumidores.


O estudo analisou a confiança do consumidor em relação a questões como Finanças Pessoais e Emprego. Os latino-americanos são os mais confiantes em relação a esse quesito para o ano de 2012 (66%), classificando as perspectivas como “boas ou excelentes”. No caso específico do Brasil, o percentual salta para 80%. Chilenos e argentinos têm menores perspectivas, com índices respectivos de 46% e 44%. Na avaliação global, 52% das pessoas registram tal grau de otimismo.


Quando o assunto é trabalho em 2012, o Brasil também registra mais otimismo; 72% têm “boa ou excelente percepção para o ano", contra média de 48% na América Latina.

Controle dos gastos


Os dados Nielsen mostraram que os demais povos latinos são mais cautelosos que os brasileiros na hora de gastar o dinheiro excedente. Na região, em primeiro lugar aparece a aplicação do dinheiro em poupança (37%), seguida de pagamento de dívidas (também 37%).


Por aqui, como foi dito, está o entretenimento fora do lar, mas os 39% do quarto trimestre já foram maiores: eram 42% no terceiro trimestre. Depois veio o pagamento de dívidas (35%) e, somente em terceiro lugar, o investir o dinheiro em poupança (32%); em quinto, ainda aparece viagem ou férias (18%).


No caso dos mexicanos, quitar as dívidas é prioridade (42%), depois poupar (40%) e, em terceiro, o entretenimento (28%). Para os latino-americanos, em geral, a principal preocupação é a estabilidade no emprego (16%), seguida de equilíbrio entre trabalho e vida pessoal (13%) e, em terceiro, a situação da economia (11%).


Em relação à principal preocupação, as únicas exceções foram a Venezuela e o Brasil. No país governado por Hugo Chavez, o que mais preocupa o consumidor são os crimes (26%). No Brasil, a ordem das preocupações é: equilíbrio entre o profissional e o pessoal (18%), saúde (11%) e temor do endividamento (11%).

O estudo da Nielsen foi realizado de 23 de novembro a 09 de dezembro de 2011, avaliando mais de 28 mil consumidores de 56 países das regiões Ásia-Pacífico, Europa, América Latina, Oriente Médio, África e América do Norte.




Fonte:meioemensagem.com.br

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