quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Greenberg e a era da integração funcional


Bob Greenberg, da R/GA, conta como a empresa está adaptando seu modelo de negócio aos novos paradigmas da tecnologia





A R/GA teve crescimento de 40% no ano passado e deverá fechar 2011 com alta de25% em suas receitas. Números que seriam razão de inveja para qualquer um, especialmente se considerarmos que estamos falando de uma agência que tem 1 mil funcionários só em seus escritórios de Nova York.

Mas, de acordo com Bob Greenberg, seu CEO, isso não vai impedir a agência de mudar o seu modelo de negócios em 2013, repetindo a tradição de fazer alterações do tipo a cada nove anos – a empresa já foi produtora especializada em efeitos especiais e produtora digital no passado.

Essa mudança tem a ver com uma nova realidade à qual as marcas precisam se adequar. Em outras palavras: elas precisam ir além do modelo tradicional de lançar um produto e anuncia-lo na mídia. “As marcas hoje precisam criar ecossistemas de valores integrando seus produtos com alguns serviços adicionais. Isso é chamado de integração funcional”, afirma. Segundo ele, o serviço tradicional de agência de publicidade com a velha fórmula se tornou commodity.

Greenberg afirmou que Apple é o melhor exemplo de marca que entendeu essa necessidade, “apesar do fracasso do lançamento do IPhone 4S”. “Era uma empresa de computadores pessoais em seu começo. O brilhantismo de Steve Jobs foi criar a integração funcional, com lançamentos sucessivos de sistemas operacionais, do iTunes, iPod, iPhone, reinvenção do mercado de música, iPad, aplicativos e agora o iCloud. É um ecossistema de valores para os consumidores”, diz, elogiando ainda Google e Amazon.

Da seara da R/GA, Greenberg mostrou alguns projetos para Nike, entre eles o Nike + GPS, um aplicativo que permite medir a performance atlética de uma corrida e dividir com os amigos em redes sociais. Isso, com qualidade gráfica. O aplicativo foi o segundo melhor do iTunes, atrás apenas de Angry Birds. “A Nike investe muito na criação deste tipo de ecossistema e lançaremos em breve mais coisas interessantes”, revela.

Do lado das agências, a mudança parte pela readequação de alguns processos internos. “Antes o trabalho era amarrado a formatos padrões. Agora, as coisas estão em fluxo”, afirma. A agência assume novos papeis em sua opinião.

Uma delas será a consultoria, para ajudar o cliente a em seus negócios. “É uma das partes mais importantes da integração funcional”, aposta. Outra tendência é a globalização das agências, já que os próprios clientes se tornaram globais. Sem contar a questão da diversidade de talentos. “Não conseguimos mais ter 1 mil pessoas especializadas em digital em Nova York. Por isso, é importante conseguir pessoas em outros lugares. Inclusive com melhores estrutura de custos, como em Buenos Aires”, aponta.



Fonte:meioemensagem.com.br

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