sexta-feira, 9 de março de 2012

Mulheres que fazem a diferença

Impressões do Women in the World Summit, fórum criado para dar voz a histórias de mulheres dos lugares mais distantes do mundo

  Crédito: Luiz C. Ribeiro
 
Quando fui convidada para participar da terceira edição do Women in the World Summit não tinha ideia do que iria ver. Para quem não sabe, o evento foi criado por Tina Brown, editora-chefe da Newsweek, atualmente a jornalista mais respeitada nos Estados Unidos. A ideia dela foi criar um fórum para dar voz a histórias de mulheres dos lugares mais distantes do mundo que ainda enfrentam nos dias de hoje problemas como genocídio, casamento forçado, mutilação genital, preconceito, miséria absoluta e violação dos direitos humanos. Este ano, o evento cresceu e ocupa o principal teatro do Lincoln Center, em Nova York. Começou na quinta-feira, 8, Dia Internacional da Mulher, e termina no sábado, 10.

Na abertura na noite da quinta, alguns painéis inspiradores. Histórias absolutamente ricas e tocantes de mulheres que já fizeram e que estão fazendo a diferença no mundo. Uma delas é a hoje ativista e fotógrafa Sandra Uwiringiyimana (se é difícil de escrever seu sobrenome, imagina pronunciar!), que nasceu e cresceu na República Popular do Congo e por causa da guerra civil local teve que viver em um campo de refugiados com sua família, onde presenciou a morte de inúmeras pessoas.

Foi transferida, em 2004, para a Ruanda e, desde 2007, conseguiu imigrar para os Estados onde fundou a Foundation os Hope Ministries, que ajuda a levantar fundos para crianças órfãs do massacre de Gatumba, na fronteira do Burundi com o Congo. Em um relato emocionante ao jornalista Charlie Rose, âncora da CBS, ela descreveu algumas de suas experiências vividas na Africa e como isso se transformou hoje em inspiração para ajudar outras famílias.
Crédito: Luiz C. Ribeiro 
A experiência de Madeleine Albright, 76, ex-Secretária de Estado dos EUA no governo Bill Clinton, tendo sido a primeira mulher a ocupar esse cargo, e hoje à frente de um fundo de investimentos voltados a mercados emergentes entre outras atividades, mostrou como ainda são poucos os casos de mulheres que chegam a posições de destaque como ela chegou.

A atriz Angelina Jolie, por sua vez, contou um pouco sobre o seu trabalho como embaixadora das Nações Unidas para refugiados na Africa no qual apoia famílias e crianças em situação vulnerável. Pelo fato de ser internacionalmente conhecida por uma bem-sucedida carreira de atriz, ela acabando usando essa visibilidade para chamar a atenção do mundo a esses problemas.
Crédito: Luiz C. Ribeiro
 
A noite terminou com um talk show com Christine Lagarde, a atual titular do FMI (Fundo Monetário Internacional) que causa inveja de qualquer mulher que vive escrava das tinturas de cabelo e ela do alto de sua cabeça branquinha esbanja uma elegância típica das mulheres francesas do alto de seus 56 anos.

Em um papo bem humorado com Niall Ferguson, professor de história de Harvard e colunista da Newsweek, Christine mostrou um lado que poucos conhecem da maior autoridade mundial de economia. A ex-Ministra das Finanças da França, contou que em muitos momentos sentiu-se culpada por se dedicar à carreira e ter poucos tempos para os filhos, mas que com o passar dos anos, essa sensação foi diminuindo e a cumplicidade que ela conseguiu imprimir acabou fortalecendo o laço familiar.

Sobre a diferença entre homens e mulheres administrando finanças, soltou a grande frase da noite: “Se o Lemon Brothers fosse Lemon Sisters, os EUA estariam hoje em um lugar diferente hoje”.

O convite para estar aqui em Nova York participando do WIW é da Africa, que é uma das co-hosts do evento.











Fonte:meioemensagem.com.br

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