terça-feira, 31 de maio de 2011

Casino questiona Diniz em corte internacional


Grupo francês critica aproximação com Carrefour


O grupo francês Casino, sócio da família Diniz no Grupo Pão de Açúcar, anunciou hoje ter entrado com um pedido de arbitragem na Câmara de Comércio Internacional (ICC, na sigla em inglês), questionando a suposta aproximação entre os sócios brasileiros e o grupo Carrefour, principal concorrente do Casino. Para o Casino, o acordo firmado pela companhia e os Diniz, em 2005, proibiria a aproximação.

Em nota enviada à Comissão de Valores Mobiliários, o empresário Abílio Diniz negou as acusações apresentadas pelo Casino. "Informo, ainda que não descumpri qualquer disposição dos acordos de acionistas arquivados na Companhia, nem dos demais contratos celebrados entre os acionistas controladores".

Firmado há seis anos, o acordo Casino-Pão de Açúcar foi o desdobramento de uma participação minoritária adquirida, em 1999, pelos franceses na rede brasileira de varejo, a maior do País com mais de 550 unidades espalhadas pelo território nacional.

A partir de 2005, contudo, as duas partes passaram a dividir o controle da holding Wilkes, empresa criada para controlar o Pão de Açúcar, cujo capital foi repartido igualmente entre Casino e representantes da família Diniz. Paralelamente, o grupo francês ampliaria sua fatia no capital total do Pão de Açúcar, até chegar próximo de 40%. Em janeiro passado, a fatia na mão dos franceses foi elevada a 33,7%.

Além disso, ainda segundo o acordo fechado, a partir de 2012, o Casino passaria a deter a prerrogativa de indicar o CEO da companhia, assim como o presidente do Conselho de Administração. “O Casino poderá nomear esses postos sem necessitar para tanto fazer novo aporte de capital”, anota o acordo fechado. Atualmente as duas posições são indicadas pelos Diniz.

Segundo analistas, uma eventual fusão das operações do Pão de Açúcar e do Carrefour no mercado brasileiro dificilmente seria aprovada pelas autoridades responsáveis por zelar pela concorrência. Com cerca de 30% do mercado varejista nacional, o caminho mais seguro para a rede crescer seria apostar em uma evolução orgânica.

A notícia de que o Casino decidiu seguir a via litigiosa para resolver o mal-estar com os sócios brasileiros teve impacto sobre os papéis do Grupo Pão de Açúcar negociados na BM&F Bovespa. No meio da tarde, as ações mais negociadas da rede de varejo registravam queda de 4,5% em relação ao dia anterior.



Fonte:meioemensagem.com.br

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