quarta-feira, 29 de junho de 2011

Casino acusa Diniz de descumprir acordo


Grupo francês diz que empresário age “em segredo e de forma ilegal”



Esquentou a disputa entre o empresário Abilio Diniz e o grupo francês Casino, sócios da Companhia Brasileira de Distribuição (CBD), holding que controla a rede de supermercados Pão de Açúcar.
Ontem, executivos ligados ao BTG diziam ter feito uma proposta aos acionistas para unir o Pão de Açúcar e as atividades do Carrefour no País. Afirmaram ainda que apresentaram a proposta de negócio ao BNDES, que teria enquadrado a operação e iria agora analisar sua viabilidade financeira.
O BNDES, por sua vez, confirma estar analisando a operação, que terá necessariamente de contar com o aval dos sócios majoritários. O fato de estar analisando o empréstimo, contudo, não é garantia de que será aprovado.
Já o Casino acusa Diniz de costurar em segredo um acordo, envolvendo o controle da CBD, em parceria com o banco de investimentos BTG Pactual e o grupo Carrefour, concorrente direto do Casino no mercado francês.
“Trata-se de proposta estruturada em conjunto, em segredo e de forma ilegal, com o objetivo de frustrar as disposições do acordo de acionistas que regem a CBD e, indiretamente, expropriar do Casino os direitos de controle adquiridos e pagos no ano de 2005. Em 2005, em nova demonstração de compromisso com o Brasil e com a CBD, o Casino adquiriu do sr. Abilio Diniz e de seus familiares o direito de se tornar controlador da CBD em 2012”, afirma o comunicado do Casino.
Diniz, por sua vez, em nenhum momento até aqui falou da possibilidade, permitida pelo acordo desde que ele venda sua participação, de se associar ao Carrefour, criando na prática uma nova rede, com o apoio do BTG e do BNDES. Nesse caso, o negócio iria na linha dos argumentos que levaram à criação da Ambev ou da JBS, dentro da política do BNDES de fortalecer grupos nacionais, de modo a habilitá-los a concorrer no disputado mercado global.
A improvável fusão das atividades do Pão de Açúcar e do Carrefour no País, de qualquer forma, teria de passar pelo Cade, responsável por zelar pela concorrência. Especialistas estimam que a concentração seria considerada excessiva em vários dos principais mercados das duas redes, a começar pela região metropolitana de São Paulo. Antes que chegue neste ponto, contudo, ainda será preciso aguardar o desfecho da atribulada sociedade Diniz-Casino.

Fonte:meioemensagem.com.br

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