Em entrevista para a Folha de São Paulo com o sócio e diretor-geral de criação da AlmapBBDO, Marcello Serpa, ele fala sobre o atual momento da propaganda brasileira e sobre as mudanças da relação entre as marcas e o consumidor.
No Brasil, as mídias tradicionais ainda são muito fortes, como a TV, que abocanhou 62,9% da publicidade no país no ano passado. Para Serpa, isso se explica porque o Brasil ainda tem as mídias clássicas como dominantes. Os jornais não estão desaparecendo, as revistas também não - assim como não estão desaparecendo em nenhum lugar do mundo. Na crise de 2008, nos EUA, os grandes anunciantes correram para anunciar na TV, pois tinham certeza do resultado imediato.
Mesmo que erroneamente a TV ainda seja "garantia de sucesso", a publicidade brasileira vive um bom momento, tanto que grupos estrangeiros estão pagando caro pelas agências do país. Isso porque o Brasil passou a ser admirado e até invejado por ser uma das duas ou três publicidades mais criativas do mundo.
Segundo Serpa, não somos o país mais criativo porque sofremos com uma série de inibidores da inovação: as métricas de eficiência. Calcular cientificamente a eficácia de toda a ação tira toda e qualquer irreverência e leveza de seu movimento.
Hoje, a propaganda, brasileira e mundial, sofre de uma necessidade absurda de medidores de eficiência, mesmo sendo baseada no lúdico, e este não se mede com régua. Mas ela se justifica pelos milhões e milhões que são colocados na comunicação pelos anunciantes. Quando o número é muito alto, o medo de errar é muito maior do que a vontade de acertar. Mas a gente sabe que, seja na Bolsa de Valores, seja em uma relação amorosa, quem não arrisca não petisca.
Confira aqui a entrevista completa.
Fonte:blog.enox.com.br
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